segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Alquimias do "Sangue" (de Lord A:.)

"Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer e contribuir para a evolução da humanidade."
Fernando Pessoa

"Pessoas inspiram ou drenam você, escolha-sabiamente"
 Hans F.Hansen

Dracula by Vortice Company

Na Cosmovisão Vampyrica escrevemos "Sangue" como uma metáfora para a indestrutível força da vida e para com todas nossas relações pessoais e coletivas junto a esta potência - como nos aproximamos e como nos distanciamos; como sorvemos e como deixamos onde está e intocável; o que nos alimenta, provendo sentido e regojizo, bem como deleite e refrescância derrubando como um imprevista lufada de vento todos castelos de cartas ou de areia que erigimos para assegurarmos a validade de pequenas ou relevantes transgressôes. O "Sangue" é aquilo que vivemos e não aquilo que idealizamos. É provarmos na totalidade a fisicalidade e o mistério dos nossos atos, bem como as consequências daquilo que escolhemos cristalizar, trazendo da realidade não-ordinária para a ordinária, do atemporal para o temporal nossos intentos e planos. Líricamente é vivermos o mistério e o desconhecido, trazer da escuridão para a luz... dentre tantos milhões de infindáveis escolhas do que trazer e do que cristalizar, aprendermos a reconhecer com transparência e visão adamantina aquilo que alcançamos, porque temos afinidade e carregamos as devidas correspondências que atraem e permitem que seja daquela forma - e não de outras - mas que depois de realizado pode ser modelado e desvelado com maior refinamento no futuro. Pense no artista pintando sua tela, no músico tocando sua guitarra (ou violino) ou no Dj lapidando seu Djset. Pense no saborear tal momento seja como o executor ou como o apreciador e tudo aquilo que antecede, acontece e o que permanece daquele momento...Eis o "Sangue".

A primeira parte ressoa como auto-ajuda ou excessivamente poética e pouco prática.Ainda assim oferece com ipsiedade uma visão e por extensão um arcano, que permitirá aos mais aptos desenvolver melhor tal conteúdo. Neste ponto temos que diferenciar o que é "Sangue" ou indestrutível força da vida que delineamos inicialmente daquilo que é apenas "potêncial" ou ainda "força de atração" e até a infâme noção de "energia psiquica" tão usada indisciplinarmente ao longo da cena. Em linhas simples o "Sangue" é aquilo que você viveu com integridade, aquilo que aconteceu na prática - enquanto que o potencial, força-de-atração ou energia psiquica tem o gosto de idealização, expectativa, ansiedade, sabor do que acabou sendo ou do que você gostaria que tivesse sído e até mesmo do que poderia ser se fosse de outro jeito. O "Sangue" nutre, satisfaz, íntegra e alimenta o "espírito", já potencial, força-de-atração ou energia psiquica a maior parte do tempo apenas consome, drena e tira você do momento corrente. Note que ambas e a qualidade das mesmas dependem do seu grau de desenvolvimento, frequência, pulso e mapa de realidade - e há lugares onde uma as vezes é mais apropriada do que a outra. Mas em todo caso as duas tem seu custo e suas consequências práticas da sua utilização - tente não estagnar ou enfiar uma estaca limitante nelas. Neste ponto é importante se pensar que se você integra ou desenvolve um trabalho de espiritualidade ligada a Cosmovisão Vampyrica você "e todos os seus" são alinhado e ativados junto a força do "Sangue" que descrevemos aqui e conforme prova mais e mais dele com habilidade, praticidade, justa-medida e algum pudor e humildade nos sentidos mais gregos possíveis vem a se potencializar e se desenvolver -  o tal do "Despertar" no jargão vampyrico - e as diferenças são perceptíveis em relação as pessoas que ficam apenas no "potencial", força-de-atração e energia psiquica - como bem percebemos e notamos no cotidiano.

Observe que aquilo que nomeamos como "potencial", força-de-atração ou energia psiquica oferecem condições interessantes de trabalho e em geral livros como "O segredo" e outros livros de auto-ajuda bem como uma utilização superficial e limitada de runas e tarô podem fornecer bons insights neste campo. A própria terapia em geral atua bastante nesta questão assim como as jornadas de resgate de auto-estima e poder pessoal tão em voga nos consultórios holísticos atuais. Seu ponto falho é que metafóricamente ela funciona como seu reflexo no espelho, é você lidando apenas consigo e com aquilo que carrega - muitas vezes projetando sobre plataformas ou agentes ou ainda terceiros seus próprios conteúdos e cargas. O infâme vampirismo psiquico, parasitismo psiquico operam neste campo bastante comportamental buscando reclamar para sí aquilo que não cultiva e coisificando terceiros - apenas para sentir-se exercendo controle sobre os tais por deter aquilo que os fazem pensar que precisam - apenas covardia de se relacionar com expontaniedade e nada mais - ou a tal da menina ou menino-flor, as cartas reais dos arcanos menores do náipe de copas quando descompensadas ilustram bem tais fragmentações humanas. Todo este pesaroso "mi-mi-mi" é exclusivamente pertinente a este tema da potência, força-de-atração e energia psiquica - basicamente guiado pelo sugestionamento, influenciação e didáticas de poder social pautadas em popularidade e demais valores muito rasos e insalúbres. Se algo é passivo apenas do aprendizado intelectual ou de citações rasas sem qualquer vivência, ou apenas de uma utilização desprovida e alegórica - suprimindo o tom contemplativo e objetivando algo lógico, conceitual, ausente de figuratividade ou de imaginatividade - temos o caso clássico de potência, força-de-atração e energia psiquica, se virar manual de instrução ou dogma, morre! Note que o "Sangue" pode até ser explicado nestes termos, mas ainda assim será apenas uma descrição e não a ação ou vivência correspondente.

O "Sangue" não permite e não se alinha com a construção de castelos de cartas ou de areia e nem limitações de idealização e projeções de qualquer gênero. Ele que alimenta o "Dragão" ou simplesmente o Daemon de cada um - herdado da linhagem familiar e do seu desenvolvimento pessoal - sem excessões. O "Sangue" que ativa e transmite os "carismas" ou "dons" individuais e mesmo seu DNA Espiritual ou ainda hierarquia do espírito.Tal processo desvela aquilo que você realmente carrega, do jeito, amplitude e forma como escolhe carregar.O tempo de trabalho apenas o refina mais e mais, mas não coloca nada que nunca esteve alí e tampouco corrompe algo qualquer outra coisa que você venha-a-ser.Claro que tal artigo não pretende ser um manual de instrução e nem algum tipo de texto sagrado - afinal ambos seriam enfandonhos e contrários ao ethos Vampyrico. Como podemos administar tal força indomável e que jaz alí no cerne pulsional do nosso ser? Um olhar adamantino, uma consciência transparente daquilo que carrega, alguma empatia e razoável gentileza são boas armas e ferramentarias para lídar com tal dragão. Nada está escondido ou oculto do seu próprio olhar, pode apenas parecer inoportuno ou que outras escolhas rápidas satisfaçam mais imediatamente do que trilhar alternativas mais densas e trabalhosas. Cessar de eleger agentes e terceiros como responsáveis pelo que acontece na sua vida, também ajuda. Perceber que lição ou maldição são resultados apenas da forma como escolhe olhar e tocar as situações do seu cotidiano são uma boa dica. Meditar diariamente e ter um tempo próprio para realizar suas próprias afirmações é fundamental, assim você alinha tal "dragão" com seu eixo axial próprio e percorre um caminho mais fundamentado. Pois como acontece atrás do teu olhar e no teu peito, acontece e reflete diretamente aquilo que você está carregando ou escolheu carregar, se alimentar e interiorizar do resto do mundo - mas claro você pode transformar tal valor ou expressão se vai ser algo a lhe consumir ou a torna-lo refulgente vai da sua própria capacidade, chumbo ainda pode virar ouro - e dragõe guardam cavernas escuras repletas de tesouros. Há apenas um eixo e isso descobrirá com o tempo. Saber a hora de abrir e de fechar a boca, não sorver das idéias e das prática que discorde ou contrarie tua índole, deixando de ser presa fácil do mecanicismo, conformismo, apatia e superficialidade imperantes - por as vezes cremos que o "mundo é assim" ou que tal artificialidade seja "natural" corremos o risco de agirmos assim pois tais valores estão alí camuflados na gente também. Cultive sua própria beleza, tempo e singularídade - o que inevitavelmente lhe levará a aprender escolher o tempo de permanência em sua vida de algumas pessoas e os vouchers de confiança que concede a cada um bem como sua revogação. Neste sentido há quase uma década o Círculo Strigoi (www.vampyrismo.org/circulostrigoi) pode prover aos leitores e leitoras mais aptos e ávidos a ferramentaria e assessoria apropriada em seus diversos cursos, treinamentos e atendimentos. Há muito mais sobre o tema que será desvelado em futuros artigos.

Apesar da nossa embriaguez,
mostramo-nos
mais equilibrados e serenos.
Imenso é o abismo
que separa a nossa da vossa gente.
Nós, sorvemos o sumo da vida,
e vós, arquitetais leis e decretos
para sugar a seiva das vossas vítimas.
Procurai ser justos e respondei:
Somos nós ou sois vós
quem faz correr sangue humano?
Rubaiatas - 12ª a 17ª

. . .
Acréscimos indispensáveis:

* Vale dizer que há muita desinformação sobre termos e jargões da cena em sites brasileiros e estrangeiros bem como em diversas publicações supostamente internas do vampirismo ou Vampyrismo como prática espiritual ou ocultista.Muitas pessoas interpretam denotativamente (ao pé da letra) o que pertence ao conotativo (interpretativo); sem uma formação apropriada - poderíamos apontar nomes de indivíduos pomposos que apenas reclamam títulos e armazenam "potencial" mas que apenas vivem detrás de seus monitores escrevendo daquilo que não tiveram acesso formal e sequer alcançaram em suas jornadas, escrevendo de orelhada mesmo;  assistiremos muitas distorções e transgressões - as mais conhecidas envolvem pensar que tudo isto depende de ingerir sangue orgânico ou ainda interpretar termos como "sanguinarium", "sanguinariam", "sang vamp" e afins como bebedor de sangue - quando na realidade e vida prática estes termos apenas se referem a noção inicial de fazer parte ou integrar o "Sangue" - integrar ao que chamamos de Cosmovisão Vampyrica ou Cosmovisão Vamp - ou quem sabe Espíritualidade Vamp (Isto nada tem a ver com canibalismo de qualquer tipo, sacrifícios de animais ou humanos, de auto mutilação, bloodsports e etcs).
** Note que não nos referimos e tampouco contestamos aqui as práticas ou fundamentos de religiões com alguns milênios de atividade initerrupta que demandam sacrificios específicos de animais de abate ou corte ou ainda cortes planejados em seus careter iniciático e práticas devocionais. Expressamos nosso profundo respeito a tais caminhos espirituais e sua validade aos que o trilham. E ao falarmos de sangue ou "Sangue" nos inscrevemos apenas no que tange respeito as práticas de Cosmovisão Vamp válidas e fundamentadas desde os anos setenta em diversos continentes que prosseguem tal corrente e potência autônoma e independente.
*** A expressão castelos de carta ou de areia foram gentilmente emprestadas deste artigo:"As casas de Cartas na Terra do Amor" da minha amiga Katy DeMattos Frisvold.

Aonde construimos a Lâmina do nosso Olhar! (de Lord A:.)

O texto que segue é uma narrativa sobre o olhar como uma afiada lâmina ou ferramenta criada e modelada a cada instante pela forja dos nossos sentidos e sensorialidades - bem como daquilo que escolhemos carregar ou modelar...é uma alegoria metafórica e até mesmo alquímica dedicada a quem aprecia Cosmovisão Vampyrica - que talvez venha a compreender muito do jargão que aqui foi empregado.Boa leituras e feliz caçada.


O mundo dos mortos tem como acesso aquilo que os moderninhos chamam de "inconsciente", representado como uma escura caverna (ou o espaço sideral), onde operam muitos significados e sentidos do nosso mapa de realidade neste estranho continente.Toda vez que presumimos e escolhemos sucumbir ao fazer de terceiros reflexos daquilo que carregamos - lhes atribuir a posse daquilo que não há como se largar - nos colocamos justamente a mercê da presunção e de nos perdemos com nosso próprio eco em meio a névoa da floresta ou deserto  que atravessamos. Podemos consumir esta ardente tempera que carregamos no peito ou nos deixarmos ser consumidos e devorados. Há também a mordaz escolha de tentar deixar esta tempera perecer - bem como a sí e colher os danos da profunda melancolia e seus males. Na forja do nosso próprio olhar feral tudo são escolhas e consequências diretas do que fazer de sí com aquilo que temos - quer venhamos a reconhecer ou não. Na Cosmovisão Vampyrica delineamos ao menos adjetivamente que os justos são aqueles que se mantêm trilhando através desta via, trilha ou galeria tortuosa e espiralada da vida - e os mortos aqueles que sucumbem ao próprio mecanicismo e certezas de sí. Há os que respiram e os que não respiram...mas todos vivem sob o luar.

Mesmo após a morte os justos são chamados de vivos. Mas os ímpios, mesmo durante a sua vida eles são chamados de mortos.Ao utilizar tal sentença procuro me abstrair de nomeações morais, sociais, políticas, crenças e afins - pois afinal estamos mortos para o mundo de Maaiah e das ilusões pautadas nestes termos. Se metafóricamente o que nos cabe é estarmos mortos para as ilusões e vivos para o que sentimos, fazemos, pensamos e agimos somos bons mortos-vivos... deixando nossos espíritos florescerem no jardim da meia-noite e desvelando perfumes noturnos e essências mais agradáveis do que a limitada, temporal, linear e embriagada noção de humanidade que impera nos conturbados tempos que vivemos. Por extensão vivemos e os mortos são apenas aqueles que vivem fragmentados em suas pequenas verdades sentenciados e exilados no mundo como ele, do jeito que é...e como as coisas são...do jeito que são!" Mentiras e ecos mecanicistas de superficialidade, apatia, conformismo e de transgressões para sua manutenção que apenas poluem, mortificam e entopem a forja de um olhar adamantino, feroz, imortal e atemporal. A expontaniedade do momento morre perante a necessidade de repetição maquinária daquilo que insiste em projetar (para coisificar ou transformar em produtos de suas maquinações) e e em vão gastar toda sua força jurando que reside em terceiros.Assim como Síssifo condenado por Hades a empurrar uma pedra até o alto da ravina para apenas vê-la rolar de volta ao ponto inicial.



O vazio é uma ilusão premeditada e planejada de não encontrarmos ou tocarmos aquilo que que reclamamos que deveria estar lá ao nosso alcance. Nomeamos de vazio por ser inoportuno ou ainda não satisfatório, assim como o caos vulgar pertence apenas a um padrão que não era objetivo ou convergente ao que esperávamos que estivesse lá. O que remete muito mais a sua atitude de ir atrás daquilo que aprecia ou que lhe desperta sentido, ao mesmo tempo que vem a compreender que o amor ou sentido é vivenciado por tí - podendo não residir em terceiros na mesma frequência, potência e sabores que lhe desperta a sede. O esvaziamento que vem disso é uma escolha pessoal e intransferível - o que fará a seguir também. Benção ou maldição reside na forma como cria seu olhar, como escolhe tocar ou ainda se aproximar, qual lição há para aprender uma vez que todas vem baseadas naquilo que você mesmo cultiva em quantidade, gênero e abundância. No grau dos aspectos de sí que você escolhe passar mais e mais tempo junto, jurando que representam você na totalidade - para quem sabe evitar olhar que há ainda mais de sí em meio a própria venda ou escuridão proposital que se encerra...

Não é necessário punir a quem atribuímos maiores graus de prioridade por nos importarmos pela sua respectiva falta de recíprocidade, continua jazendo em sí a responsabilidade por este grau de confiança concedido a um terceiro.É mais regenerativo nos deslumbrarmos pela grandeza daquilo que somos capazes de sentir do que aquilo que as vezes (talvez) possa ser correspodido - embora esperar por correspondência no final das contas denote mais carência do que exatamente potência. A nobreza e o refinamento assim como a vastidão e amplitude ainda residem em sí e na forma como olhamos, aproximamos e tocamos aquilo que nos rodeia. Enquanto não se vivenciar algo na carne é apenas um feitiço fugaz e ilusório onde apenas percebemos nosso reflexo que em vão insistimos ser de outro. Ao que estará atendendo, justificando, conquistando ou ainda prolongando só mais um pouco? Não está no outro, não está em algo que há devir, está (e jaz) em você.Há quem diga que todos os mortos residem em um vasto corredor até o próximo mundo vir, lá suas consciências existem atemporalmente até serem atraídas para mundos onde detêm maior afinidade, quem sabe assim tornando-se unidos a gigantes cujo o que deixaram como legado nos sustentam e carregam em seus ombros - na carne e na forma da lembrança e memória.

Não há vazio. Mas porque tanto alguém precisa conquistar algo alegando sentir o vazio inexorável? O verdadeiro poder na Cosmovisão Vampyrica é aprender a desmantelar as próprias bombas e sabotagens interiores - herdadas ou cultivadas apenas e tão somente por você. O espirito caçador não é uma ferramenta vaga e ilusória de se exigir punições sob o luar, nesta realidade onde todos sem excessão são o amaldiçoado de alguém e que o tempo todo sempre reinarão um peso e duas ou mais formas de pesagem. Por quanto tempo mais vai reclamar para sí os resultados das desgraças ou bençãos que pairam ali no canto esquerdo do seu olhar sobre as coisas do mundo - que você alega projetar ou recolher sobre terceiros? 



Se o fio da lâmina do teu olhar é criado e re-criado instante a instante por si, porque se evadir delegando tal obra de arte a terceiros ou agentes além do seu controle? Você investe seu tempo e consciência de modelagem nela, escolhendo que seja mais afim ou funcional para algumas coisas em detrimentos de tantas outras - já se perguntou porque destrincha e é mais eficaz para aquilo e não para outras coisas?Você criou daquele jeito mas a qualquer instante pode re-modelar ou criar algo novo.Foi você que a modelou e forjou no calor da sua vivência ou apenas a reclamou para sí e alheio ficou com o que disseram que você devia fazer? É você também que delega a esta arma ou ferramentaria que dentre infinitas formas ao seu próprio gênio emocional ou espírito caçador, as vezes será apropriada - as vezes não e aí? Há chamas e matéria prima suficiente nos metais da tua alma (o tal do tesouro velado) que conquista explorando a vastidão da caverna da sua alma para ajeitar com funcionalidade uma nova arma ou ferramenta mais apropriada?O que consegue transformar em sentido e integrar do corpo da tua sensorialidade - o tal do Dragão? Quanto transforma e cristaliza em prática aquilo que lhe é inspirado e sonhado? As resplandescentes chamas da forja do próprio olhar espadado e perfurante continuam ativas e demandam serem mantidas pelo combustível gerado pelo amor próprio, dos feitos que lhe despertam sentido e pertencimento e de outros incontáveis valores... a caçada prossegue sob o aveludado manto negro, vida demanda vida, "Sangue" demanda "Sangue" e Força devora Força - assim o mundo se mantêm...a Harmonia é conquistada na compreensão de todos estes embates - abastecidos pelo amor que apenas agrega aquilo que é transparente e não admite nada fragmentado.

Não há vazio apenas incontáveis tons daquilo que escolheu ainda não compreender ou pelo menos reconhecer sua parte, sua propriedade e sua responsabilidade. As vezes também há falta de habilidade ou perícia para extrair e refinar certas matérias primas das cavernas da alma.Outras falta espírito ou espirituosidade nesta árdua tarefa.Mas há algo que nos move neste sentido além do nosso controle, mas sujeito aos nossas próprias receitas e caldos primervos. Destes mistérios cada um deve vir a conhecer os próprios.Enquanto precisar caçar e jurar ser capaz de tomar de terceiros fazendo de cada um objeto ou coisa para ilusoriamente saciar aquilo que não tem como... permanece atrelado a rolar uma pedra até o alto da colina, apenas para ela descer furiosamente a ravina de volta ao ponto inicial. Enquanto se escolhe correr atrás dos ecos no enevoado reino sob o luar apenas a repetição mecânica é o que encontrará - a zona de conforto, a mesmíce e a constante repetição daquilo que talvez anseie em ir adiante...

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

NÃO IMPORTA SUA CLASSE SOCIAL, ETNIA, PROFISSÃO, OPÇÃO SEXUAL E ETCS...

"A Sklavmoral como motor de arranque dos Rolezinhos - uma extravasadinha para encobertar o que anda rolando lá no Maranhão com o curral eleitoral da Presidenta..."

"Esse tal "Chópis Cêntis"
É muicho legalzinho,
Pra levar as namoradas
E dar uns rolêzinhos ..."
Mamonas Assassinas

Todo blogueiro adora pegar um fato em destaque e agregar opiniões ao tal. Inicialmente escrevi este artigo da perspectiva de um observador de alguns fatos e suas consequências com um enfoque mais sócio-político. Acabei desenvolvendo o tema sob este viés. Até que tive o desprazer de ler este artigo e constatar que o foco aglutinador e gatilho inicial nada tem a ver com questões mais desenvolvidas políticamente - estando mais conectado com o culto da pseudocelebridade ou famoso de internet e pessoas carentes de atenção - ou ainda endividadas até o talo para impressionarem terceiros com roupas de grife reais ou pirateadas e conseguirem uns beijos... Ainda assim tal força e modus operandi é particularmente curiosa.

Considerando que no sábado 11 de Janeiro de 2014 eu estava no trem da zona sul acompanhado por minha amada - assistimos de camarote a fuga dos participantes dos supostos rolêzinhos que terminaram como arrastão no shopping em frente o terminal de Santo Amaro. E pela cara e o tom de nervosismo dos seguranças da CPTM a coisa estava sendo bem tensa. Há uma diferença sutíl em adolescentes e pessoas que decidem andar em bando para uma "zoação" e dar uma chocada no sistema (subjetivamente ou objetivamente) e pessoas que entram nessa para vandalizar geral. Isso independe da aparência, da etnia, da classe social e afins. Qualquer turba de pessoas é propensa a atos que contradizem o bom senso-comum de diversas maneiras - e que invariavelmente podem se transformar em atos catárticos para confrontar ou re-afirmar uma vez mais a chamada Sklavmoral.

Não vou entrar em méritos estéticos de Subculturas urbanas, todas elas chocam, criticam e contrariam do seu jeito os valores da chamada cultura numericamente superior. Algumas são mais extrovertidas e outras mais introvertidas em suas expressões estéticas - mas de uma forma ou de outra vem a chocar por conter uma crítica social no final das contas - seus integrantes sabem disso e o máximo que podem fazer é não pagarem de vítima do sistema cruel. Por isso mesmo não vejo nada demais em adolescentes de qualquer classe social, desejarem sair na rua ou irem a um lugar público causarem para se destacarem por conta do que vestem e como se comportam. Assim como não vejo nada demais que colham a consequência exemplar do grau de perturbação que causam em um lugar público ou privado. E bom, shoppings são lugares privados. Curiosamente frequento os tais por conta de cinemas, livrarias e praças de alimentação - em geral com trajes negros ou visuais mais elaborados (trajes de eventos goths e vamps e tal) em geral quando estou indo ou voltando de algum dels, as vezes acompanhado por outros de todas as etnias e classes sociais ou gênero sexuais e mesmo transgêneros  - e nunca tivemos problemas. Em geral utilizamos transporte público também. Claro que se nos exaltarmos demais a ponto de infringir certas normas ou fizermos algum escândalo seremos notificados pelos seguranças - e se considerarmos abusivos arranjaremos advogados e processaremos o shopping. Mas é isso e apenas isso e nada mais. Quem não sabe se comportar em público merece punição e é isso - vitimismo e pensamento de minoria excluída são inaceitáveis nestes casos, somos todos cidadãos do mesmo mundo e da mesma sociedade. Vitimismo não passa de máscara para transgressões variadas da parte dos vitimistas, esgotam a paciência dos outros e quando levam, pagam de vitiminhas carinhosas.Nada justifica furtos e roubos em nenhum lugar.

Vamos concordar que se de um milhão de possibilidades de escolha que um ser humano tem em expressar aquilo que ele simpatiza ou aprecia - ele escolhe mostrar que é durão, criminoso, todo mundo é só objeto para ser usado, anda chamando toda atenção para sí e de como ele pode sair impune naquilo que ele fizer, do quanto é desbocado e que zoa mesmo  -  ele será acolhido em alguns lugares e em outros lugares não. Há quem simpatize por este padrão de atitude e há quem não simpatize. Novamente isso não tem nada a ver com etnia, classe social e etcs. Se você multiplica o tal padrão isso para um bando ou uma quantidade de mais de duas mil pessoas, não vai ter jeito. Providências serão tomadas para resguardar a maioria que frequenta o local. Pois do contrário seria submissão  a um poder que não representa as leis do estado em questão e da sociedade estabelecida. E concordo que toda contestação merece suas consequências.E até que se prove o contrário ao primeiro contato todo ser humano é aquilo que aparenta ser, o mundo é assim, ao invés de gritar e espernear arranje bons argumentos. Alguns vão apelar dizendo que integrantes de subculturas urbanas vestem fantasias ou que ainda encenem algum mal mítico ou imaginário não acessível ao "povão" e afins - que os integrantes do rolêzinho são a expressão da verdadeira realidade brasileira... Minhas excusas mas dos dois lados o que temos são pessoas trajadas com os contextos que se identificam e toda diversidade de discursos pertinentes a cada uma delas. O ponto de diferença ao falarmos dos integrantes de Subculturas Urbanas é que há uma premissa cultural e de erudição em muitos casos, que postula primeiro as idéias e discursos do que meramente uma satisfação imediatista ou uma ostentação desnecessária. Ninguem está ali só para mostrar a marca da roupa ou o preço que pagou nela - o que já conduz a questão deste artigo a um outro nível. Haverão aqueles mais acertados e conscientes, como também haverá quem está alí por embalo ou meio-perdidos que só foram para tirar uma onda. Há também quem foi para vandalizar. Nada muito diferente do que também acontece com o bando das pessoas pacatas, normais e cidadãs que supostamente integram a cultura numericamente superior e dominante - da qual legalmente também integramos assim como todos os outros citados - mas que também se pensam como especiais e um pouco acima da média - assim como as turmas dos outros dois agrupamentos.Em comum apenas posso dizer que a partir do instante que qualquer agrupamento escolher a violência ou agressão física, danos a propriedade privada, roubos, furtos e afins - bem como saírem gritando artigos ofensivos -acabou qualquer discurso social e aí cabe as medidas judiciais exemplares.

Saboreie também...

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