quarta-feira, 29 de junho de 2011

Programação de Julho...

Compartilho a Programação de Julho do Circulo Strigoi/Officina Vampyrica - se despertar afinidade e desejo, venha participar...Aqui você encontrará pessoas afins, convergentes e complementares para sua vida...
Informações & Reservas: officinavampyrica@yahoo.com.br ou (11)7253-5852


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Carta do Cacique Mutua aos Povos da Terra!

Para a primeira postagem deste blog, deixarei que ressoe as palavras aladas do Cacique Mutua do Xingú.

D
efinitivamente inspiradoras! Que os bons de coração, aquelas e aqueles que sentem o pulsar feral,  se inspirem! Na autênticidade e na verdade de um nobre morador das terras do Xingú, um território que será destruído pela construção da hidrelétrica de Belo Monte - uma obra faraônica incapaz de provêr os recursos que o governo insiste em afirmar que ela é capaz; contra a qual 80% da população do Brasil expressa contrariedade em senso-público, universidades, cientistas e muitos outros profissionais do Brasil e do exterior também se opõem a sua construção.

Índios, Pagãos, Ciganos, Metallers, Góticos, Vamps & muitos outros...somos todos forasteiros transitórios neste mundo, cujo os projetos de vida, as formas de ver e de sentir o meio-ambiente e as relações humanas não se enquadram nos processos artificiais, mecânicos e teatralizados da cultura dominante contemporânea.Ainda assim erguemos nossas taças e garrafas, brindemos e gritemos - continuaremos aqui...mesmo que nos rotulem como:"do tipo perverso, do tipo pior!" ainda assim:"Bebei, Amigos Yo Ho!"

Enfim...fãs de Fields of Nephilim, The Cult & The Doors irão curtir...
“Carta do Cacique Mutua a todos os povos da Terra"



O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora.

Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer água boa, água limpa. É o nome do nosso rio sagrado.

Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O
Grande Espírito da floresta estava bravo.

Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz
alimento para nossa tribo.

Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio.

O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra,mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.

Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.

Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes.

Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta,a roça, o peixe tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.

Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue.

Saboreie também...

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