Pensamento Verde




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"Pensar verde é pensar no futuro, não só da raça humana, mas de toda a vida.O impacto da ação humana no planeta é evidente, qual será o legado que deixaremos aos nossos filhos?Pensamento Verde se propõe a ser um local de reflexões e debates embasados,  de temas ligados à ecologia e à vida sustentável.Compreender a complexidade desta época é fundamental para a busca de soluções práticas e éticas aplicáveis em nossa vida cotidiana.Não somente refletir, mas também agir."


A comunidade "Pensamento Verde" surgiu na rede social do Facebook inicialmente com Marcos Torrigo & Lord A:. que aos poucos começaram a reunir amigas e amigos como Tatiana Monteiro, Adriana Bruno, José Antônio Domingues, Bernard Castilho e muitos outros profissionais das áreas científicas, das exatas e também das humanas de todo o Brasil.Todos os dias os participantes compartilham informações relativas as políticas do meio-ambiente, sua contrariedade à devastação que virá a ser as reformas do código florestal propostas pelo senador Aldo Rebelo; os participantes também posicionam-se em movimentos contrários a construção desnecessária da hidrelétrica de Belo Monte - e muitas outras que não possuem condições de gerarem nada que não seja devastação a rica diversidade ambiental brasileira.Nossa comunidade também debate tópicos relacionados a vida-sustentável, preservação da fauna, desenvolvimento ambiental e afins.Além da presença sempre marcante nas manifestações e marchas em defesa do meio-ambiente em todo o Brasil.Venha conhecer mais, aqui!

Pensamento Verde vem-a-ser uma rede não hierárquica para troca de informações sobre a preservação do ambiente e a disseminação destas.O que é vital para nossa sobrevivência, e não apenas preocupação de quem gosta da natureza.Então é importante vocês lerem alguns posts,  e se informarem . Depois conversar com seus amigos, parentes, colegas de trabalho etc..  Alertá-los do que está ocorrendo e como isso influi em nossas vidas.As redes sociais são importantes, lembremos do que ocorreu no Egito, então façam uso delas. Divulguem as informações aqui veiculadas e o grupo Pensamento Verde.Tentaremos sempre nos ater a opinião dos cientistas, e desta forma obter informações de qualidade.

"NÃO SEI QUEM VOCÊ PENSA QUE É, MAS ANTES QUE A NOITE ACABE, QUERO PENSAR COISAS RUÍNS COM VOCÊ...SOU CONTRA BELO MONTE, TAPAJÓS E A REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL"



"Um Governo Deveria Temer Seu Povo e não o Contrário" 
Allan Moore em "V for Vendetta"...



"Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos conscientes e
comprometidos pode mudar o mundo; de fato é a única maneira disto acontecer"

Margaret Mead...




Durante a noite do 28 de Março de 2011, sob o luar minguante pude conhecer a Miryám Hess e o seu pessoal num protesto que realizavam em plena avenida paulista.Lá esta pesquisadora e ativista, índios e simpatizantes expressavam sua contrariedade a construção da hidrelétrica de Belo Monte.Alí tínhamos os índios defendendo o direito a morarem em suas próprias terras.Tínhamos também cidadãos brasileiros sensibilizados e comprometidos com algumas causas bem maiores...Foi um momento muito marcante, pois eu tambem sou contra a Belo Monte desde o ano passado, quando incidentalmente ví as notícias sobre sua construção e tive uma conversa muito interessante com minha amiga Cicuta Delirium sobre este tema.Me tornei um fideligno opositor de tal projeto por volta de fevereiro de 2010 nas primeiras edições ao vivo do meu programa semanal Vox Vampyrica Revamp.

COMO LEÕES QUERENDO FAZER CARINHO EM ANTÍLOPES...

Hidrelétricas como Belo Monte, Tapajós e outras mais servem como cartão postal ou "obra-faraônica-para-inglês-ver" - neste caso o governo chinês e uma peculiar conexão entre o oceano pacífico e países latinos que está se formando entre países que já vivem sob um estado ditatorial velado aqui na América do Sul.
Da minha parte vejo que os chineses esgotaram e devastaram seu ecossistema e agora procuram outros lugares para repetirem o processo beneficiando seu governo e a riqueza de seus integrantes-sem importarem-se com mais nada a não ser o lucro próprio.Diversas notícias em jornais brasileiros comprovam uma bizarra relação de neocolonialismo, onde o governo brasileiro tornou nossa economia completamente dependente da China.Vivemos como uma neocolônia deles...Um dos mais interessantes assuntos levantados por meu amigo da Pensamento Verde, o Marcos Torrigo.Este assunto será abordado em posts deste blog.
Vamos tomar a hidrelétrica de Belo Monte, como nosso primeiro alvo verbal.Tal usina comprovadamente não será capaz de suprir demandas energéticas atribuídas a sua força e capacidade - além disso a malha de transmissão elétrica brasileira que conectaria a usina as cidades e habitantes é antiquada e ultrapassada, e logo dissipará e perderá a força elétrica gerada em Belo Monte.Não havendo "eficiência" na transmissão e re-transmissão da energia temos um quadro preocupante - que poderia ser comparado a muitos padrões de comportamento e atitude típicos do povo brasileiro.Isso sem falarmos no fato de que as justificativas para a construção de Belo Monte se baseiam em uma falácia de linearidade entre aumento de Produto Interno Bruto e maior poder de consumo financeiro - Um pouco complicado de entender?Para facilitar, reproduzo as palavras do físico José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP):

(...)"Tenho várias ressalvas à programação do Plano Nacional de Energia. Os planejadores da área pensam a partir de uma correlação entre o consumo de energia por habitante em função da renda. Com os gráficos que eles apresentam, temos a impressão de que há uma relação linear entre o consumo de energia elétrica e o crescimento do PIB. Essa premissa está completamente equivocada", afirmou.Segundo Goldemberg, a hipótese dos planejadores da área energética é de que um crescimento anual de 6% do PIB faria praticamente triplicar o consumo de energia elétrica até 2030."A argumentação dos planejadores se baseia nessa suposta linearidade entre crescimento do PIB e do consumo de energia. Mas sabemos que essa correlação não é linear. Enquanto argumentam a favor da energia nuclear para atingir esse suposto crescimento de demanda, a questão da eficiência energética - menina dos olhos dos países desenvolvidos - aparece como um fator de segunda ordem no planejamento energético", afirmou.Segundo Goldemberg, como a energia era no passado um fator de produção pouco importante, por ser barata, não havia encorajamento para que a indústria tornasse os processos mais eficientes."Conforme a energia foi encarecendo, a preocupação com a eficiência aumentou. Isso se refletiu até mesmo no projeto dos automóveis. Nos Estados Unidos e na Europa, não se pode mais fazer equipamentos como geladeiras que não respeitem um desempenho energético mínimo", disse.(...)


Pode ser que os leitores e leitoras deste blog, assim como eu, não tenham muito traquejo com algumas siglas e conceitos políticos - mas isso pode ser fácilmente sanado com ajuda do google.Em relação a tal da falácia de um "possível" aumento do PIB equivaler a um aumento de consumo;e também da questão desperdício e eficiência duvidosa na transmissão de energia - temos mais um "crítico sevéro" deste modelo de raciocínio, sr. Pavan Sukhdev, economista sênior do Deutsche Bank.Atualmente ele coordena o projeto chamado  "A economia dos ecossistemas e da biodiversidade" (Teeb, na sigla em inglês) e vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.O objetivo deste projeto é o de criar um painel responsável por calcular o custo dos danos ao ambiente causados pelo homem.Nas palavras de Pavan:


"Atualmente, os governos estão presos ao seguinte modelo: o crescimento do PIB influencia nos lucros corporativos, estes elevam o nível de arrecadação de impostos, que por sua vez alimenta o orçamento deficitário do estado. Uma maneira de sair desse círculo vicioso é mudar a taxação de recursos.Em vez de arrecadar impostos sobre a renda e os bens, como é feito hoje, seria melhor taxar os efeitos externos negativos da atividade empresarial. As alíquotas deveriam ser aplicadas sobre o uso dos recursos naturais e dos materiais. O modelo atual apenas incentiva o mau uso do capital." 


Segundo a entrevista de Pavan com o jornalista Diogo Schelp publicada recentemente na revista Veja, o economista sênior:


 "(...) avalia que o prejuízo causado pela destruição do ambiente só pode ser revertido com uma transição para um sistema econômico mais sustentável. É o que Sukhdev chama de "economia verde".(...)Trata-se de um modelo econômico que reduz o risco de escassez ecológica e dano ambiental. Estima-se que o impacto da atividade das 3 000 principais corporações do mundo na mudança climática, nos recursos hídricos, no desperdício de material e na poluição tenha um custo de 2,25 trilhões de dólares por ano. Isso representa 3% da economia global e não inclui acidentes ambientais como o vazamento de petróleo no Golfo do México.(...)Uma economia verde deverá contabilizar os custos que a atividade empresarial impõe à sociedade e terá de lidar com eles. A riqueza, então, passará a ser medida com base no acúmulo de capital humano, natural e social, e não apenas físico."


Você pode assistir uma entrevista bem interessante com Pavan Sukhdev e ainda conhecer mais sobre as suas idéias aqui.


Como anunciei no começo deste texto, a hidrelétrica de Belo Monte é o meu "alvo-verbal" primário;além disso no transcorrer do primeiro semestre de 2011, constatei que a tal usina é um símbolo perfeito, para explorarmos amplamente questões pessoais e políticas bem interessantes - que vão desde o comportamento individual, escolha profissional e também de representantes governamentais.Torna-se óbvio que todas estas escolhas refletem diretamente no meio-ambiente ao nosso redor - tanto no âmbito pessoal quanto coletivo.Alguns amigos e amigas pessoais, até brincaram, que "Belo Monte" seria o meu BigBen pessoal...uma clara alusão a minha simpatia ao personagem "V" das histórias em quadrinhos e do filme blockbuster "V de Vingança"... bom, quando, apareceu aquele video da "Annonymous" no youtube...as coisas ficaram interessantes...no meio de Julho de 2011 participei de mais um protesto na avenida Paulista com muitas pessoas usando a tal máscara...têm alguma coisa no ar...



A hidrelétrica de Belo Monte é parte de um projeto governamental chamado Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) - uma de suas metas é construir mais de 100 grandes barragens na Amazônia - tudo isso em terras índigenas e áreas ambientais protegidas por lei e também pelo antigo código florestal.As implicações destas alterações no meio-ambiente são inquantificáveis.Podemos pensar em "Belo Monte" como um ícone para entendermos todos os processos e implicações que as outras partes da execução do "PAC" virão a desenvolver.Todo "novo poder" utiliza-se de ideais para justificar aquilo que deverá ser feito, sendo assim não surpreende que decidiram alterar o código ambiental brasileiro, para que assim um grande massacre étnico e ambiental fosse realizado...em nome do lucro de seus idealizadores e parceiros.O mais curioso é que o redator destas alterações é um senador comunista e com vínculos afetivos e enlaces tendenciosos com o governo chinês.
Seriam tais barragens e hidrelétricas somadas com a política  de apoio e simpatia para com governos ditatoriais da América do Sul, uma forma de estabelecer uma "parasítica extensão" américa-do-sul, oceano pacífico e China - lembrando que já somos uma neocolônia e dependemos econômicamente do governo Chinês - tudo isso está antecedendo uma nova ditadura por aqui?Como diria Galadriel, no épico Senhor dos Anéis:"Vejo sinais...nas águas...nos ventos e no ar..."

NESTE VICIOSO CABARÉ:




O Plano de Aceleração do Crescimento proposto pelo governo Brasileiro traz para o cerne do seu palco duas grande vedétes: A construção da hidrelétrica de Belo Monte e as alterações do código florestal - ambas são intímamente ligadas, pelo menos no plano simbólico das coisas.Belo Monte é um projeto governamental que tem como consequência a devastação ambiental de mais de 516 km², o extermínio de pelo menos 40.000 índios que residem na região do Xingú e arredóres.No mês de julho de 2011 o projeto Belo Monte foi decretado e responde hoje a mais de uma dezena de processos de violação de direitos ambientais, constitucionais e democráticos emitidos por diversas organizações não-governamentais, cientistas e universidades no Brasil e no exterior.Isso sem falarmos nos movimentos populares e protestos que estão acontecendo em nossas capitais com regularidade.É assustador?Sim, é! Já as alterações do código florestal se forem aprovadas irão permitir a destruição florestal equivalente a dois estados de São Paulo.Como não gosto de mentir, eis a fonte.Aprofundaremos melhor as alterações do código florestal adiante.Vamos nos deter agora na leituras das palavras e trechos deste outro artigo:
(...)Célio Bermann, professor do Instituto de Energia e Eletrotécnica da Universidade de São Paulo (USP), aponta em seu artigo “O Brasil não precisa de Belo Monte” uma série de alternativas para aumentar o fornecimento de energia elétrica. Entre elas Célio afirma que: se fossem repotenciadas as hidrelétricas brasileiras existentes com mais de 20 anos evitando perdas nos “linhões” de transmissão e nas redes de distribuição de energia e se fosse renovado o parque tecnológico das mesmas através da troca de equipamentos antigos e modernizando componentes e sistemas, não haveria necessidade de se construir novas hidrelétricas para atender as demandas energéticas de nosso país.Bem, neste momento você deve estar se perguntando: “Se temos como otimizar a produção de energia sem causar danos sócio-ambientais, por que o Governo Federal insiste em querer construir Belo Monte? Quais são os interesses que estão por trás deste empreendimento?”Para tentar responder as perguntas feitas no parágrafo anterior, algumas informações são importantes. Saibam que as empreiteiras Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Correa foram responsáveis por contratar a empresa que elaborou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que gerou o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) sobre Belo Monte no Xingu. Ora, quem paga a banda escolhe a música.(...)Durante o seminário, Felício Pontes (MPF/PA), após expor que os fiscais da eleição são formados por procuradores do Ministério Público Federal (MPF), relatou que foram as empreiteiras o maior grupo empresarial que financiou a campanha da Presidente Dilma em 2010. A partir desta informação começamos a perceber claramente o que na realidade está em jogo. Para eles, os poderosos, é o desenvolvimento do lucro de suas empresas e para nós é a vida acima de tudo. Em nome do “progresso” as elites nacionais mostram que pouco se preocupam com o meio ambiente em que vivemos. O Eldorado prometido trará na verdade doença, violência e miséria para a região. Queremos que o Brasil se desenvolva erradicando a pobreza, garantido acesso a saúde e educação pública, gratuita e de qualidade para toda a população e não apenas para alguns iluminados.Segundo Francisco Hernandes (Mestre em Energia, Doutorando em Energia PPGE USP): “Belo Monte é o terceiro ciclo do projeto, o primeiro foi a borracha (...). Falaram que o progresso viria com a borracha. Depois o progresso vinha com a transamazônica. Não veio não, né? Agora o progresso vem com Belo Monte. E o pessoal tá dizendo que vai vir com belo monte. Quando ele diz isso ele ta dizendo que não veio nos outros dois ciclos também. Isso tem que ser denunciado e a história da eletricidade brasileira bem próxima da gente em Tucuruí mostrou que esse progresso não veio e as conseqüências ambientais e sociais vieram (...)” transcrito da fala do professor durante o seminário do Movimento Xingu Vivo).(...)fonte 



FANTASIANDO-SE & BRINCANDO DE HUMANOS:


"Nossa existência é insana!"Como disse umpersonagem do seriado vampiresco True Blood da HBO.Vivemos no único país do mundo cuja o atual presidente da agência governamental responsável pela preservação do meio-ambiente, em julho de 2011, falou publicamente na tv estrangeira que a responsabilidade deles é apenas minimizar danos...É de se pensar...Inclusive o mesmo presidente do IBAMA ainda arrematou que: "- Vamos fazer com os índios, o que vocês (neste caso a equipe de jornalistas estrangeiros) fizeram com os aborígenes!"Se o extermínio étnico é uma das intenções do "governo-do-Brasil-para-todos", teremos pelo menos 40.000 índios exterminados só na região do Xingú.O nome do dignissimo presidente do IBAMA responsável pelo show de horrores é Curt Trennepohl - e deixo o momento desta entrevista no programa jornalístico "60minutes" logo abaixo:





Vale ainda reforçar que durante os anos setenta e oitenta, um número igualmente grande de tribos índigenas foram removidas (a força) de suas regiões e "forçadas" a viverem nesta mesma reserva ambiental do Xingú.Com a vinda de Belo Monte (que ainda podemos impedir)todos serão afogados e culturas que resistem desde antes da vinda dos colonizadores europeus serão destruídas com a construção desta nova(e desnecessária) hidrelétrica.O quadro é bem destrutivo e ainda pode incluir alagamentos em áreas não previstas no projeto de Belo Monte, riscos às condições de vida dos grupos indígenas e ribeirinhos, além de ocorrência de graves conflitos e tensões envolvendo comunidades tradicionais de Altamira, cidade próxima às futuras instalações da usina...Sobre isso, empresto trechos desta notícia publicada no 1 de Junho de 2011 no portal de notícias G1:

(...)Em protesto à liberação da licença de instalação da usina de Belo Monte, um grupo que reúne ao menos 300 cientistas brasileiros protocolou em Brasília uma carta direcionada a presidente Dilma Rousseff, pedindo a suspensão imediata da ordem, considerada por eles um ato de imprudência.Organizada pelo ‘Painel de especialistas para análise crítica de Belo Monte’, do qual fazem parte intelectuais das principais universidades públicas e particulares do país, a carta manifesta a preocupação sobre o cumprimento dos dispositivos legais relativos aos direitos humanos e ambientais.(...)Segundo Sônia Magalhães, doutora em antropologia da Universidade Federal do Pará e uma das coordenadoras do painel,(...)Eu me surpreendo quando as autoridades da República vêm a público dizer inverdades sobre a construção. Queremos a suspensão imediata da licença e exigimos o atendimento dos direitos da sociedade brasileira. A legislação existente hoje referente aos direitos ambientais é uma conquista”(...)Esperamos que a presidente Dilma nos dê uma posição sobre o tema. Nós já tentamos enviar uma carta há 15 dias, mas ela não se pronunciou a respeito. Isso significou um gesto de absoluto descaso com a ciência brasileira. Queremos contribuir para uma tomada de decisão com mais clareza”, complementou a doutora Sônia Magalhães.


ESTAMOS AQUI! ESTAMOS MORTOS?
AS ESTRANHAS ALTERAÇÕES DO CÓDIGO FLORESTAL...




A questão de Belo-Monte foi o que me despertou e atraiu a atenção para todo este tema do meio-ambiente.Foi também o que levou a ser um participante da comunidade "Pensamento Verde".No decorrer dos meses de 2011 fui uma das muitas pessoas que ficaram estarrecidas e chocadas com as nefastas propostas de alteração do código florestal brasileiro propostas pelo senador Aldo Rebelo.Para oferecer um resumo da história as tais alterações foram estabelecidas sem a consulta de cientistas e de qualquer universidade brasileira.Rapidamente entraram em votação no congresso e se não fosse pela quantidade de protestos públicos e digitais - ela já estaria aprovada e o nosso governo teria decretado a sentença de morte ambiental do Brasil.As motoserras roncaram forte, latifundiários e pecuaristas de grande porte da bancada ruralista cantaram vitória antes da hora...Mas a coisa está em andamento de forma velada...os protestos são necessários e o assunto não pode sair para escanteio...Se as tais alterações forem aprovadas, teremos uma desmatação equivalente a dois estados de São Paulo e também:


"Dados preliminares de um estudo realizado pelo Observatório do Clima estimam que, se forem aprovadas as alterações no Código Florestal, há um risco potencial de serem lançadas na atmosfera quase 7 bilhões de toneladas de carbono acumuladas em diversos tipos de vegetação nativa. Isto representaria 25,5 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa, mais de 13 vezes as emissões do Brasil no ano de 2007."de acordo a publicação Código Florestal:Entenda o que está em jogo com a reforma de nossa legislação ambiental.

Na comunidade "Pensamento Verde", o Marcos Torrigo e eu criamos uma arte com os dízeres: Código Florestal: Senado agora é com você! Eu não quero sim outra vez! - que distribuímos e utilizamos como avatar na internet e posteriormente em camisetas distribuídas gratuítamente nas manifestações.Inclusive no final deste texto, você pode fazer o download desta arte em .PDF de alta resolução e imprimir você mesmo sua camiseta.
No texto a seguir me inspirei na publicação digital:"Código Florestal:Entenda o que está em jogo com a reforma de nossa legislação ambiental".Naturalmente mantive um tom opinativo e pessoal sobre o tema que me é característico.E ainda ofereço o link para o download da publicação ao final deste texto.A leitura do original é extremamente recomendada.Por aqui, eu chamo as alterações do código florestal de um medonho "Trem dos Horrores" e vou pontuar as alterações propostas, as justificativas e o que acaba acontecendo na vida-como-ela-é:
O primeiro vagão deste "trem dos horrores" das alterações do código florestal é a anistia as multas e punições legais aos agricultores e pecuaristas que infringiram danos e crimes ambientais nos últimos 43 anos.
Segundo o texto do Aldo Rebelo, todos os latifundiários e pecuaristas envolvidos se veriam livres de recuperarem áreas desmatadas ilegalmente até julho de 2008; o que inclui topo de morros, margens de rios, manguezais, nascentes, montanhas e terrenos íngremos.Tudo se transforma em área rural consolidada e eles terão liberdade de fazerem o que quiserem com seu território - e todas as multas aplicadas neles pelas irregularidades e crimes serão suspensas(!)
Pois elas são uma injustiça com os "pobres" integrantes da bancada ruralista...Todos os crimes ambientais dos últimos 43 anos seriam perdoados e quem respeitou a lei, se veria injustiçado ou feito de otário.Tal anistia geral condenaria à morte muitos rios do Sul e Sudeste do país - regiões onde vive a maior parte da população – que já tiveram suas margens desmatadas e só agora começam, com a ajuda do Código Florestal, a ser recuperadas. Além disso esta alteração, abriria espaço para mais ocupações em áreas de risco, como encostas e dunas.Isto deve recordar as leitoras e leitores das recentes tragédias do começo de 2011 ocorridas por deslizamento de terra e enchentes no Rio de Janeiro e ainda em anos anteriores a de Santa Catarina - decorrentes da ocupação de áreas inundáveis.Parece uma prática "natural" da conduta brasileira abandonar a legislação do que aplica-la corretamente..
O trem dos horrores não pára por aí.A preservação das matas e áreas verdes em torno dos rios e seu curso d´agua serão reduzidas pela metade.A segunda alteração do código florestal incluem também a descaracterização e redução pela metade das chamadas "APPs" - que se referem a faixa marginal e demarca as matas ciliares protegidas a partir do leito menor do rio e não do nível maior do curso d’água.A justificativa é risível, digna das  falácias e bíltres de postadores compulsivos de fóruns internéticos de subculturas alternativas - a citar:

"Uma lei não pode impor os mesmos parâmetros para todo o país, pois passa por cima das características locais e comete injustiças."
Não é preciso ser muito esperto para entender, aumentam os riscos de inundações e desabamentos, bem como as ameaças à segurança e ao bem-estar da população ao aventar a falta de necessidade de uma área de 30 metros para evitar assoreamentos, sem falar nas demais funções da APP:

Preservação de fauna e fora aquáticas e terrestres, manutenção climática, controle da demanda biológica de oxigênio e diversos outros fatores que necessitam de uma área mínima razoável para que o frágil equilíbrio ecossistêmico seja mantido, segundo a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público.
Essa modifcação, pautada em uma visão fracionada e reducionista visando atender a interesses econômicos, benefcia ocupações recentes ilegais, além de permitir novos desmatamentos em uma infnidade de rios sem qualquer análise do seu impacto em termos de aberturas de novas áreas. Os rios são sistemas dinâmicos e suas zonas de inundação (como as planícies inundáveis e vales) também são consideradas áreas de preservação. Áreas ocupadas ilegalmente em períodos de estiagem consecutivos estão à mercê de inundação no período de chuvas, quando o rio tende a reocupar suas zonas de infuência, colocando em sérios riscos as pessoas que ocuparam essas áreas. Na prática, signifca legitimar casos como o de Santa Catarina, que por lei estadual diminuiu o tamanho de todas as APPs de beira de rio, independentemente de estudos técnicos e das muitas peculiaridades de cada uma das regiões do Estado. 

No amplo encarrilhamento de vagões temos ainda a idéia da Isenção de reserva legal para imóveis com até 4 módulos fscais em todo o país.Basicamente pequenas e grandes propriedades entre 100 a 400 hectares ficam isentas de recuperar a reserva legal.Deixa de haver a obrigatoriedade de recuperação...A justificativa nobre das alterações sugere que isso iria proteger a agricultura familiar e pequenos produtores.Na vida como ela é: a medida não tece nenhuma referência à condição sócioeconômica do beneficiário da dispensa.A medida incentiva a fragmentação de imóveis, aquisção de terra dos pequenos proprietários por médios e grandes produtores, de forma a não terem qualquer área preservada em toda a extensão de seu empreendimento. De acordo com dados do Incra e cálculos preliminares, a isenção de reserva legal afeta cerca de 135 milhões de hectares de propriedades e posses rurais em todo Brasil. Estima-se que mais de 30 milhões de hectares de forestas, sendo pelo menos 20 milhões na Amazônia, perderão a proteção. Segundo os ruralistas: reconstruir Reserva Legal (RL) é algo caro, sabe...faria com que áreas produtivas fossem perdidas, melhor preservarmos onde a terra é mais barata, não acha?Imagina isso ao som de uma violinha, com o cenário ao pôr do sol e um cara mais velhor, falando isso para um adolescente de olhar fílial...
Na prática, funciona mais ou menos assim: destróe a vegetação e o rio aqui e depois compra um pedaço proporcional de terra ou de rio em uma região remota e distante para compensar...
No penúltimo vagão do trem dos horrores temos ainda idéia da Redução da reserva legal na Amazônia em áreas com vegetação.Segundo as alterações propostas para o código:A reserva legal impede o desenvolvimento da Amazônia.Isso quer dizer:Na proposta atual a redução da reserva legal não se dará apenas no caso de recomposição, como está previsto hoje, mas também nos casos em que a vegetação existe, provocando ainda mais perda de foresta. Além disso, permite a redução da reserva legal de 35% para 20% nas áreas de Cerrado dentro da Amazônia Legal, reduzindo as áreas sob proteção.Lembrando ainda que isto será feito em cima dos 60% que já sobraram da "Amazônia Legal"...
E certamente o último vagão vem com: "A compensação de áreas desmatadas em um Estado por áreas de foresta em outros Estados ou bacias hidrográfcas."Esta com certeza é uma das coisas mais esdruxúlas que já lí na vida.Um picaretesco jogo-de-palavras...até a idéia de bricolagem cultural e outras palavras-vazias típicas de fóruns alternativos da internet não conseguiram soar tão artificializadas:

(...)Comprar uma área na Bahia para compensar a falta de uma RL no Paraná não faz sentido do ponto de vista ambiental, econômico ou social. Seria manter mais foresta onde já tem foresta em troca de desobrigar a recuperação onde está precisando.Ao permitir a compensação através da doação a um fundo voltado às unidades de conservação, a proposta reforça a lógica do ‘desmatou, pagou, levou’ – que obviamente benefcia quem tem recursos para pagar, exceto se os valores forem irrisórios. Neste caso, existe um incentivo direto a novos desmatamentos.(...)
Sumáriamente tal medida quer dizer que você pode compensar o dano ambiental com dinheiro(!!!), doando fundos para regularização de unidades de conservação em outros lugares distantes.Meio sem pé e nem cabeça.Alguém mais se recorda da história da venda de indulgências no passado europeu?Enfim, termino recordando as palavras de Alan Moore:


"Os artistas usam a mentira para revelar a verdade,
enquanto os políticos usam a mentira para esconde-la."








TENHO DIFICULDADES EM RECONHECER UM GOVERNO QUE NÃO ME RECONHECE:
"Igualdade, Justiça e Liberdade não são apenas palavras; são perspectivas."

V de Vingança


Ao longo dos textos anteriores sobre a péssima política do meio-ambiente, sua ingerência e descaso - observei a situação apocalíptica e insensata que virão a se abaterem sobre todos nós, se o andar da carruagem prosseguir.O grau de destruição ambiental e como rapidamente projetarão seus agouros sobre todos nós é visívelmente medonho e transcende qualquer obra ficcional imaginativa.A parte mais perturbadora é que as pessoas quando confrontadas com estas possibilidades, parecem meio catárticas e ausentes de sí... No cardápio apocalítico da política brasileira temos um quadro de acontecimentos hediondos, entre eles:



  • Limpeza étnica (Extermínio dos Índios);
  • Destruição legalizada e permitida por lei das rotas fluviais;
  • Devastação florestal irrestrita e criminosa, garantida por lei;
  • Anistia a criminosos ambientais;
  • Desequilibrio pluvial e chuvas torrenciais fora de época;
  • Desmoronamentos de encostas e mortes por soterramento irrestritas garantidas por lei.
  • Enchentes, mortes por afogamentos, difusão de doenças nas cheias;
  • Políticagem e máquina eleitoral atenta apenas para o lucro fácil outras baixarias;


Para as leitoras e leitores terem uma idéia, apenas citei eventos confrontados na leitura destes textos aqui do Blog.Pois, segundo os próprios cientistas os danos sócio-ambientais são imensuráveis dada a amplitude do estrago que virá a acontecer se as políticas para o meio-ambiente não mudarem logo.O governo anterior que ficou entronado por cerca de uma década e atualmente a sucessora deste, que ao completar seu mandato completará quinze anos de uma máquina política de estagnação - já perderam os vínculos com a identidade e com aquilo que o fizeram ser eleitos.Se revelaram bíltres muito piores do que seus antagonistas anteriores.Hoje a política brasileira se tornou uma ditadura velada, assim como também se tornou uma máquina eleitoreira muito bem retratada no filme "Tropa de Elite 2".Temos dirigentes que apenas sabem sorrir e acenar, dizendo que está tudo bem e nunca esteve melhor...sustentam sua máquina eleitoreira com pratos de comida barata e bolsas-auxílio para assim procriarem e sentirem-se felizes...já já começam a distribuir camisas vermelhas como fazem seus companheiros de governo ditatorialistas sul-americanos.Criando piqueteiros profissionais...e quem sabe não se inspirem no outro barbudo de Cuba e não instaurem um "paredón".
Da minha parte, ainda ouso sonhar que seja possível mudar as coisas, principalmente o que diz respeito as políticas para o meio-ambiente.Sou Strigoi, sou indomável e como desconheço o impossível, vou lá (ou aqui mesmo) e faço minha parte.Daqui em diante não existe mais ideologia.Existem pessoas, há inspiração, coração e expressão para nadar contra a corrente do "está-tudo-bem-nunca-estivemos melhor!"A arte tem a facilidade de permitir o acesso a inventividade e ao fantástico, vindo a tocar as pessoas em todas as classes sociais e além de qualquer ideologia ou crença, de forma indelével.Neste momento vejo pessoas se mobilizando e expressando sua contrariedade para com as políticas ambientais e quem sabe isso venha a se expandir através de redes sociais - e possamos ter feitos comparáveis aos que aconteceram nos países do oriente médio que tombaram ditadores entronados há décadas no poder...quem sabe...
Há pouco tempo eu terminei de ler pela enésima vez o livro "O Vampiro Rei" um romance do gênero fantástico do autor brasileiro André Vianco, publicado em 2003.A história se passa em um futuro alternativo onde a civilização como a conhecemos acabou há trinta e poucos anos - durante os acontecimentos de um evento chamado "A Noite Maldita!".A maior parte das máquinas e da tecnologia deixou de funcionar, tudo acabou virando uma nova idade média com armas de fogo e humanos isolados em fortificações sem comunicações por todo o mundo.Crianças pararam de nascer.No entanto, todo o ecosistema mundial se recuperou e a cada anoitecer uma guerra entre humanos e vampiros rola ferozmente - comandada por guerreiros místicos chamado "Bentos".A história se passa no Brasil.O romance foi tão bem sucedido que no ano de 2009 foi adaptado para os palcos e cenários do evento "Noites do Terror" no parque de diversões Playcenter.
Sem querer fazer spoilers e nem associações indevidamente políticas entre a obra ficcional e a situação que enfrentamos oríunda das péssimas políticas brasileiras para com a preservação do meio-ambiente.Ressaltando que a obra é de 2003 e que no momento que escrevo estamos em 2011.É interessante observarmos que a chamada "Noite Maldita" vêm a ocorrer por conta de uma maldição evocada por uma pajé de uma tribo do extremo norte do Brasil, quando vê os direitos do seu povo negados e ainda sendo assasinados injustamente pelo governo.Tais fatos a levam a convocar uma antiga maldição ancestral que recairá sobre toda a civilização humana do planeta.Este é um daqueles casos que fica difícil atribuir na ficção quem é o vilão e quem é o mocinho - ou onde fica o Bem e o Mal.Nos dias de hoje perante a péssima conduta do nosso governo e das agências governamentais responsáveis pelo meio-ambiente - chego por vezes a torcer para que algo como a "Noite Maldita" acontecesse, seria merecído e bem-feito.

Enfim, Achem suas próprias Árvores...



Lord A:.
pode ser contactado pelo fone:(11)72535852
e pelo email: officinavampyrica@yahoo.com.br

Websites & Presença Digital:
http://www.vampyrismo.org/
http://www.vampyrismo.org/circulostrigoi
http://www.voxvampyrica.com
http://www.themaozoleumradio.com
http://www.redevampyrica.com





OUTRAS BOAS REFERÊNCIAS PARA APROFUNDAMENTO:


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