sexta-feira, 22 de julho de 2011

O jogo muda o jogador...

Segunda postagem oficial!Nada mal!Vamos a ela...Pode ser que os leitores e leitoras deste blog, assim como eu, não tenham muito traquejo com algumas siglas e conceitos políticos - mas isso pode ser fácilmente sanado com ajuda do google.O tema pode parecer incomum, muita gente pode chegar aqui esperando ler só coisas "pagãs", góticas ou ainda vampirescas...e quem sabe amenidades sobre eventos noturnos...Como já disse na minha apresentação uns posts atrás - este é um espaço pessoal onde abordo muitos temas que aprecio...Eu me recordo de ótimas conversas nos "bon temps" de Morcegóvia, Retrô e Madame Satã sobre assuntos parecidos com os deste post...

Na minha postagem inicial chamada "Como leões querendo fazer carinho em Antílopes" iniciei uma série de textos que críticam o "Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)" do governo brasileiro - uma de suas metas é construir mais de 100 grandes barragens na Amazônia - tudo isso em terras índigenas e áreas ambientais protegidas por lei e também pelo antigo código florestal...O que virá a ser um verdadeiro massacre sócio-ambiental de proporões inquantificáveis.Para o governo concretizar tal intento, que está sendo confrontado publicamente pelo povo em vistosas manifestações públicas nas capitais e cidades brasileiras e também por cientistas, universidades do Brasil e do Exterior.O argumento governamental é uma falácia que postula uma linearidade entre aumento de PIB e triplicar o aumento do consumo elétrico.A outra parte da sua argumentação não leva em conta o desperdício e a desatualização do maquinário brasileiro para a transmissão de energia.Ao invés de arrumarem as coisas e as tornarem eficaz, administrando corretamente o que têm, preferem inventarem novos planos mirabolantes - e extremamente destrutivos para o ecosistema local e a população.

Ainda no texto anterior citei as palavras do físico José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP) - sábiamente indicadas pelos amigos e amigas da comunidade Pensamento Verde no Facebook:

(...)Os planejadores da área pensam a partir de uma correlação entre o consumo de energia por habitante em função da renda. Com os gráficos que eles apresentam, temos a impressão de que há uma relação linear entre o consumo de energia elétrica e o crescimento do PIB. Essa premissa está completamente equivocada", afirmou.Segundo Goldemberg, a hipótese dos planejadores da área energética é de que um crescimento anual de 6% do PIB faria praticamente triplicar o consumo de energia elétrica até 2030."A argumentação dos planejadores se baseia nessa suposta linearidade entre crescimento do PIB e do consumo de energia. Mas sabemos que essa correlação não é linear. (...)

Em relação a tal da falácia de um "possível" aumento do PIB equivaler a um aumento de consumo;e também da questão desperdício e eficiência duvidosa na transmissão de energia - temos mais um "crítico sevéro" deste modelo de raciocínio, sr. Pavan Sukhdev, economista sênior do Deutsche Bank.Atualmente ele coordena o projeto chamado  "A economia dos ecossistemas e da biodiversidade" (Teeb, na sigla em inglês) e vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.O objetivo deste projeto é o de criar um painel responsável por calcular o custo dos danos ao ambiente causados pelo homem.Nas palavras de Pavan:


"Atualmente, os governos estão presos ao seguinte modelo: o crescimento do PIB influencia nos lucros corporativos, estes elevam o nível de arrecadação de impostos, que por sua vez alimenta o orçamento deficitário do estado. Uma maneira de sair desse círculo vicioso é mudar a taxação de recursos.Em vez de arrecadar impostos sobre a renda e os bens, como é feito hoje, seria melhor taxar os efeitos externos negativos da atividade empresarial. As alíquotas deveriam ser aplicadas sobre o uso dos recursos naturais e dos materiais. O modelo atual apenas incentiva o mau uso do capital." 
Segundo a entrevista de Pavan com o jornalista Diogo Schelp publicada recentemente na revista Veja, temos que o economista sênior do Deutsch Bank e coordenador do projeto "A economia dos ecossistemas e da biodiversidade" (Teeb, na sigla em inglês) e vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, também avalia que:

"(...)o prejuízo causado pela destruição do ambiente só pode ser revertido com uma transição para um sistema econômico mais sustentável. É o que Sukhdev chama de "economia verde".(...)Trata-se de um modelo econômico que reduz o risco de escassez ecológica e dano ambiental. Estima-se que o impacto da atividade das 3 000 principais corporações do mundo na mudança climática, nos recursos hídricos, no desperdício de material e na poluição tenha um custo de 2,25 trilhões de dólares por ano. Isso representa 3% da economia global e não inclui acidentes ambientais como o vazamento de petróleo no Golfo do México.(...)Uma economia verde deverá contabilizar os custos que a atividade empresarial impõe à sociedade e terá de lidar com eles. A riqueza, então, passará a ser medida com base no acúmulo de capital humano, natural e social, e não apenas físico."

Você pode assistir uma entrevista bem interessante com Pavan Sukhdev, aqui:


E ainda pode ler a entrevista completa chamada: O Preço da BioDiversidade, você pode ler aqui!

Enfim, evocando lembranças no reflexo do óculos escuro das manhãs cinzentas das zonas industriais paulistanas, ao voltar de baladas e eventos - lembro que no metrô, muitos integrantes da Subcultura Gótica e proto-Vampyricos tinham como valor político: É preciso Conhecer e Saber o que rola na política - para apoiar ou evitar...O que é bem diferenciado do estranho senso de "apolítico" e "ausente" ou que aceita por comodidade a postura governamental demagógica e a réplica dela na cena...Assim como no governo as coisas"Não, as coisas não estão boas..."quanto dizem...

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