Na minha postagem inicial chamada "Como leões querendo fazer carinho em Antílopes" iniciei uma série de textos que críticam o "Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)" do governo brasileiro - uma de suas metas é construir mais de 100 grandes barragens na Amazônia - tudo isso em terras índigenas e áreas ambientais protegidas por lei e também pelo antigo código florestal...O que virá a ser um verdadeiro massacre sócio-ambiental de proporões inquantificáveis.Para o governo concretizar tal intento, que está sendo confrontado publicamente pelo povo em vistosas manifestações públicas nas capitais e cidades brasileiras e também por cientistas, universidades do Brasil e do Exterior.O argumento governamental é uma falácia que postula uma linearidade entre aumento de PIB e triplicar o aumento do consumo elétrico.A outra parte da sua argumentação não leva em conta o desperdício e a desatualização do maquinário brasileiro para a transmissão de energia.Ao invés de arrumarem as coisas e as tornarem eficaz, administrando corretamente o que têm, preferem inventarem novos planos mirabolantes - e extremamente destrutivos para o ecosistema local e a população.
Ainda no texto anterior citei as palavras do físico José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP) - sábiamente indicadas pelos amigos e amigas da comunidade Pensamento Verde no Facebook:
(...)Os planejadores da área pensam a partir de uma correlação entre o consumo de energia por habitante em função da renda. Com os gráficos que eles apresentam, temos a impressão de que há uma relação linear entre o consumo de energia elétrica e o crescimento do PIB. Essa premissa está completamente equivocada", afirmou.Segundo Goldemberg, a hipótese dos planejadores da área energética é de que um crescimento anual de 6% do PIB faria praticamente triplicar o consumo de energia elétrica até 2030."A argumentação dos planejadores se baseia nessa suposta linearidade entre crescimento do PIB e do consumo de energia. Mas sabemos que essa correlação não é linear. (...)
Em relação a tal da falácia de um "possível" aumento do PIB equivaler a um aumento de consumo;e também da questão desperdício e eficiência duvidosa na transmissão de energia - temos mais um "crítico sevéro" deste modelo de raciocínio, sr. Pavan Sukhdev, economista sênior do Deutsche Bank.Atualmente ele coordena o projeto chamado "A economia dos ecossistemas e da biodiversidade" (Teeb, na sigla em inglês) e vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.O objetivo deste projeto é o de criar um painel responsável por calcular o custo dos danos ao ambiente causados pelo homem.Nas palavras de Pavan:
"Atualmente, os governos estão presos ao seguinte modelo: o crescimento do PIB influencia nos lucros corporativos, estes elevam o nível de arrecadação de impostos, que por sua vez alimenta o orçamento deficitário do estado. Uma maneira de sair desse círculo vicioso é mudar a taxação de recursos.Em vez de arrecadar impostos sobre a renda e os bens, como é feito hoje, seria melhor taxar os efeitos externos negativos da atividade empresarial. As alíquotas deveriam ser aplicadas sobre o uso dos recursos naturais e dos materiais. O modelo atual apenas incentiva o mau uso do capital."
Segundo a entrevista de Pavan com o jornalista Diogo Schelp publicada recentemente na revista Veja, temos que o economista sênior do Deutsch Bank e coordenador do projeto "A economia dos ecossistemas e da biodiversidade" (Teeb, na sigla em inglês) e vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, também avalia que:
"(...)o prejuízo causado pela destruição do ambiente só pode ser revertido com uma transição para um sistema econômico mais sustentável. É o que Sukhdev chama de "economia verde".(...)Trata-se de um modelo econômico que reduz o risco de escassez ecológica e dano ambiental. Estima-se que o impacto da atividade das 3 000 principais corporações do mundo na mudança climática, nos recursos hídricos, no desperdício de material e na poluição tenha um custo de 2,25 trilhões de dólares por ano. Isso representa 3% da economia global e não inclui acidentes ambientais como o vazamento de petróleo no Golfo do México.(...)Uma economia verde deverá contabilizar os custos que a atividade empresarial impõe à sociedade e terá de lidar com eles. A riqueza, então, passará a ser medida com base no acúmulo de capital humano, natural e social, e não apenas físico."
Você pode assistir uma entrevista bem interessante com Pavan Sukhdev, aqui:
E ainda pode ler a entrevista completa chamada: O Preço da BioDiversidade, você pode ler aqui!
Enfim, evocando lembranças no reflexo do óculos escuro das manhãs cinzentas das zonas industriais paulistanas, ao voltar de baladas e eventos - lembro que no metrô, muitos integrantes da Subcultura Gótica e proto-Vampyricos tinham como valor político: É preciso Conhecer e Saber o que rola na política - para apoiar ou evitar...O que é bem diferenciado do estranho senso de "apolítico" e "ausente" ou que aceita por comodidade a postura governamental demagógica e a réplica dela na cena...Assim como no governo as coisas"Não, as coisas não estão boas..."quanto dizem...
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