"Ao desenhar e consequentemente criar esta versão da Vampira Akasha, nunca pretendi fazer um cosplay ou uma réplica do traje utilizado no filme (tal possibilidade até foi cogitada, mas não foi escolhida).Respeitei formas e texturas que o cinema e outros artistas atribuíram a personagem - áreas de reconhecimento da personagem por assim dizer -mas ao mesmo também queria deixar minha visão e impressão sobre a personagem."Lord A:.
Tudo começou quando escolhemos que o tema daquela edição do Fangxtasy seria o filme "Rainha dos Condenados" e minha amada Srta Xendra (que desde a primeira edição do evento vem realizando lindas perfomances) suspirou como seria incrível se tivéssesmos uma "Akasha, A Rainha dos Condenados" como atração daquela noite do evento! Como bom sagitariano que sou, achei o máximo e não hesitei em concordar...mas alguns instantes depois ponderei a fatídica questão:"Como Fazer Isso?"Demandaria tempo, espaço, pesquisa, desenvolvimento e alguma habilidade.Felizmente eu reunía alguns dos atributos necessários para tal empreitada (mas pecaria por não ter outros tantos) e ainda teria disponível um atêlier para cristalizar tal sonho.O cenário era um acolhedor porão nas profundezas desta morada com detalhes vitorianos e ampla ferramentaria colecionada por meu pai...literalmente uma BatCaverna...Foram necessários alguns desenhos, pesquisa de materiais, telefonemas e visitas a várias lojas de materiais artísticos e falar com amigos e amigas que dominassem certas artes.E principalmente alguma coragem, para tentar algo realmente novo, desafiante e intimidador.Felizmente através dos tutoriais do site Lilithy Cosplay indicado pelos amigos Jonathan Silva e Lilian encontrei uma trilha inicial nesta estranha floresta de símbolos...
As encruzilhadas da vida sempre
trazem aquilo que é novo para a gente.Certamente quando chegam tais novidades é
algo inesperado e grotesco que aos poucos vamos modelando e sendo modelados e
assim vai se tornando natural como todas as verdades das nossas vidas.Criar ou
re-criar o figurino da vampira Akasha foi um destes momentos.Foram vários dias
e noites enfurnado no atelier aqui do porão de casa recriando a personagem do
romance "A Rainha dos Condenados" de Anne Rice.Foi uma tarefa
desafiante pois eu nunca tinha sequer utilizado 1/3 das técnicas de modelagem e
criação que foram necessárias para criar o traje...ainda vou falar deste
passeio pelos intricados e emaranhados processos criativos da floresta escura
de símbolos e de prateadas raízes em seu subsolo...e quando fazemos algo assim
vivenciamos na carne o embate das polaridades formativas e destrutivas,
ansiedade, dúvida e o caminhar seguindo uma espiralada via tortuosa que requer
apenas uma fé no projeto e na capacidade de não desistirmos perante cada pequeno
desafio.
E assim criarmos aquilo que podemos no tempo que nos é destinado.Um tempo legal de reflexão e de vigília das idéias e das pulsões ferais que se manifestam em estranhos padrões no cotidiano.Tive momentos augustos trabalhando ao lado de minha amada Xendra em algumas noites.Também pude passar algum tempo junto do meu pai e recordarmos bons momentos enquanto criávamos juntos algumas soluções do traje e debatíamos outros aspectos incomuns da obra...coisas de um Hades e de um Hefesto.Momentos assim que envolvem criação em conjunto tem uma solenidade e uma importância que dificilmente podemos esquecer - e que ao olharmos as peças sempre nos recordaremos.A cada madrugada eu olhava para o luar no encerramento das atividades...
E assim criarmos aquilo que podemos no tempo que nos é destinado.Um tempo legal de reflexão e de vigília das idéias e das pulsões ferais que se manifestam em estranhos padrões no cotidiano.Tive momentos augustos trabalhando ao lado de minha amada Xendra em algumas noites.Também pude passar algum tempo junto do meu pai e recordarmos bons momentos enquanto criávamos juntos algumas soluções do traje e debatíamos outros aspectos incomuns da obra...coisas de um Hades e de um Hefesto.Momentos assim que envolvem criação em conjunto tem uma solenidade e uma importância que dificilmente podemos esquecer - e que ao olharmos as peças sempre nos recordaremos.A cada madrugada eu olhava para o luar no encerramento das atividades...
Na mitologia do universo ficcional
das Crônicas Vampirescas da grande escritora
Anne Rice, a personagem Akasha é a primeira de todas as vampiras; é a
mãe negra.dos amaldiçoados e condenados.Conta a prosa que lá nos tempos
imemoriais do antigo Egito ela era uma rainha boa e justa ao lado de seu rei
Enkil, dotados de sabedoria e de magia arcaica.Só que ambos foram mortos por
inimigos políticos durante um exorcismo malfadado de alguns demônios que
assolavam uma casa - e então renasceram com infinita sede de sangue e imortais
dotados com os poderes comparados ao dos antigos deuses.
Um regime implacável de
morte assolou o mundo naqueles tempos, até que uma noite "Enkil" se cansou da
matança e convenceu sua rainha a tomar assento junto a ele e permaneceram
imóveis deixando sua guarda a cargo de seus filhos e filhas - os primeiros
vampiros.E assim tornaram-se estátuas marmóreas, embora o que acontecesse com
eles, era compartilhado por todos aqueles do sangue.Este é um resumo grosseiro
e incompleto da trajetória desta personagem, mas certamente quem quiser ler com
mais detalhes pode consultar as obras literárias Vampiro Lestat e Rainha dos
Condenados.Ou simplesmente assistir o filme "Rainha dos Condenados"
que também é bastante incompleto neste sentido mas divertido - pois aborda as
últimas noites de Akasha quando ela re-vive no final do século XX, despertada
pelo vampiro Lestat e sua música tocada no mundo inteiro - o que levará a um
combate derradeiro e fatal, que muitos acreditavam na época que seria a
conclusão épica das Crônicas Vampirescas.Se até hoje os poetas e escritores
ingleses de temática fantástica ainda tentam digerir ou engolirem Paraíso
Perdido de John Milton...a mitologia vampiresca de Anne Rice é a nossa
equivalente para quem aprecia nosso meio-cultural.
Para apreciadoras tanto da Subcultura
Vamp quanto da Subcultura Gótica a personagem Akasha simboliza poder,
magnitude, paixão, amor um tom desafiante, liberdade, avidez, voracidade,
deboche, "ela faz o que quer e não tá aí para ninguém" e uma força
raiz do feminino primervo - que certamente encontra paralelos mitológicos em
Lilith, Tiamat, Kali, Sekhmet, Cybelle dos Frígios, Inanna, Iansã e tantas
outras grandes deusas.Talvez os apreciadores de Robert Graves a resumam como
uma das faces da Deusa Negra expressas na arte contemporânea.Uma grande rainha
e cujo os sentimentos expressos em tantos adjetivos expressa sua regência
saturnina e dominadora - que reclama para sí o parceiro que deseja e que possa
aventurar ao seu lado através dos mistérios insondáveis - nela temos um
arquétipo que se definido e delineado, escapa através das entrelinhas e do
silêncio entras as letras e formas.
"Vermelho-Sangue, pulsional e vivo e ainda assim interpenetrada e desenhada por nuances platinadas e lunares de sonhos, fantasmas em subterrâneas redes, teias, raízes e intrigadas linhas - afinal toda realeza é contida por suas funções perante o todo...assim modelamos tempestuosas nuances e inspirações...ardentes como o fogo dos infernos...e quando falamos em Tiamat, também falamos de Kingu seu general e consorte, do qual os sumérios afirmavam que a carne e o sangue da humanidade eram feito deles.Encontramos um pouco da personagem Akasha em cada uma delas e nas suas nuances e características, se a própria Anne Rice dizia em entrevistas que Lestat era tudo que ela queria ser...fico me perguntando quem Akasha representaria neste jogo de sombras da célebre autora." Lord A:.
Na moderna
psicologia o termo "akasha" (ou akashico) é citado com origens orientais e remete
ao inconsciente coletivo da teoria de Carl Gustav Jung - local arquetípico onde
estaria guardado todo conhecimento da humanidade desde os primórdios.Na imagem
não é muito diferente dos que os cabalistas e hermetistas chamam de
"Yesod".Algumas linhagens Wiccanianas se referem ao elemento Éter como
Akasha ou Akashico.E mesmo no ocultismo de Leví ou ainda na Teosofia veremos
referências convergentes.Teremos por aqui também associações com a Kundalini
(energia sexual) e suas pulsões serpentares.Alguns atribuem o akasha ou
akashico como o indizível, o não-criado e o inefável onde se originam sonhos e
idéias, seria a matéria da qual são compostos - Deus(es) para uns ou Deusa(s)
para outros.Intricadas conexões e enlaces que fluem e preenchem a paisagem das
imagens oníricas,Se eu tentasse retratar a Akasha como a imagino pelo que lí
nos romances de Anne Rice ela certamente seria muito muito diferente da visão
mais conhecida que acaba sendo a do filme Rainha dos Condenados.
Embora cause alguma estranheza, vejo na estética egípcia uma interessante influência ctônica (e delicadamente construída sobre a utilização de Enteógenos e Psylocibe) que me foi legada
pelas pesquisas do Etnobotânico Stephen R. Berlant que um dia ainda escreverei a respeito neste blog. Falando de Akasha, o filme não foi a primeira vez que ela foi desenhada. Na década de noventa o ilustrador Daerick Gross, seu filho Daerick Gross Jr e o brasileiro Caribé desenharam a personagem
com traços egípcios, acessórios dourados e pele marmórea na adaptação aos
quadrinhos de Vampire Lestat e posteriormente Queen of the Damned; Os desenhos feitos pelo brasileiro Caribé foram muito elogiados pela Anne Rice naquela época. Enfim, eu adorava a coroa que Akasha usava no filme e certamente a cantora
e atriz Aalyah fez um grande trabalho - que acabou se tornando referência e
indelével no trato da personagem.Então precisei criar duas versões da coroa
seguindo aspectos daquela utilizada no filme...precisei de quase três dias,
massa epóxi, corda, papel cartão, massa F-12 e tinta prata até chegar perto
daquilo que almejava...acabou ficando pronta no dia anterior ao evento a segunda versão, mas valeu a pena!!!
Ao desenhar e consequentemente criar
esta versão da Vampira Akasha, nunca pretendí criar um cosplay ou uma réplica
do traje utilizado no filme.Respeitei formas e texturas que o cinema e outros
artistas atribuíram a personagem - áreas de reconhecimento da personagem por
assim dizer - mas ao mesmo também queria deixar minha visão e impressão sobre a
persoangem.As placas laterais e a peça que recobria o abdômen também foram
interessantes de serem confeccionadas ambas emprestavam uma impressão de
couraça sutíl; o bustier foi a peça mais desafiadora de ser feita pois não há
tecido nele, apenas massa, correntes, fios, nylon e tinta prata - e teria que
funcionar do contrário minha amada performer ficaria numa situação delicada
perante o público.Foi preciso testar a resitência do material, formas de
prender junto ao corpo de forma confortável.E ainda assim como o restante das
peças móveis representando alguma couraça, uma proteção ainda que sutíl.Nesta
parte das escolhas e da trilha minha influência foram as antigas deusas que
citei em outros parágrafos.A sutileza e a delicadeza desceram a personagem com
sublimidade na linda gargantilha criada pela Caa del Rosal da grife "Olhar
de Gato".E o video de Erick Muller Thurm, bem como as fotos de minha filha
Lilith e dos amigos Guilherme Caprinus e Vitor Ryuzo - bem como os aplausos e elogios
a maravilhosa performande de Xendra demonstratam que esta tarefa foi bem
sucedida.Agora devo viver com a maldição de poder cristalizar, esculpír e
modelar meus sonhos...isto vai ser interessante...ah se vai...
"Akasha versão FANGXTASY essa foi a performance
surpresa da Srta Xendra Sahjaza. Designer e execução do figurino by Lord A e
W.J.Alipio, e para complementar o look a Grife Olhar de Gata teve a honra de
criar a belíssima Gargantilha que foi a 1ª da Coleção Akasha...Peça exclusiva
para o evento Fangxtasy que aconteceu neste dia 28mar2013 - designer Caa Del
Rosal - Gargantilha exclusiva "Queen of the Damned Edition " - Srta Xendra Sahjaza - Grife Olhar de Gata Moda & Estilo.Visite a fanpage deles no Facebook
ASSISTAM AGORA AO VIDEO DA RAINHA AKASHA INTERPRETADA POR MINHA AMADA Srta.Xendra Sahjaza gravado e editado pelo Erik Muller Thurm:
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